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20 de maio de 2013

Francisco e o dinheiro

“O dinheiro deve servir, não governar”. Foi o papa quem disse isso ao receber, há poucos dias, os novos embaixadores de cinco países no Vaticano.

Na ocasião, falou sobre as raízes da crise financeira e do fosso entre pobres e ricos, caracterizado pelo “fetichismo do dinheiro” e pela “ditadura da economia”, que considera o ser humano “como um bem de consumo”. Trata-se do discurso mais compromissado até agora proferido por Francisco sobre as questões sociais.
“A maior parte dos homens e mulheres do nosso tempo – disse o papa – continua vivendo em uma precariedade cotidiana com consequências funestas”.
Uma das causas dessa situação, segundo Francisco, está “na relação que temos com o dinheiro, em aceitar o seu domínio sobre nós e sobre as nossas sociedades”.
A origem da crise financeira que estamos vivendo tem “a sua primeira origem”, segundo o papa, “em uma profunda crise antropológica”, isto é, na “negação do primado do ser humano”.
“Criamos novos ídolos. A adoração do antigo bezerro de ouro encontrou uma nova e impiedosa imagem no fetichismo do dinheiro e na ditadura da economia sem rosto nem propósito verdadeiramente humanos”.
“Hoje, o ser humano – continuou – é considerado, ele mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e depois jogar fora.”

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